São tantos os filmes de lobisomem que já foram feitos, que não é muito fácil ser original. Mas este filme de 2013, modesta produção roteirizada e dirigida pelo americano William Brent Bell, consegue ser diferente em muitos aspectos e construir uma história ao mesmo tempo atraente, repleta de mistério, tensão e suspense (imagens, edição, som, trilha sonora palpitante) e que não deixa de lado os elementos conhecidos – e necessários – da lenda/do mito do lobisomem (sem precisar mencionar o termo). O elenco é bom, o personagem de Talan muito interessante e a dinâmica dos fatos mantém o espectador grudado na tela até o final, onde, também com algum mérito, as reticências tomam o lugar do que seria o desenlace habitual. O interior da França, onde a história se passa, já é algo que foge ao corriqueiro, mas a maneira de mostrar os fatos, algumas cenas e o aspecto cru do filme (violência sem poupar sangue e vísceras para quem assiste ao filme) o tornam uma obra de destaque, que escapa do trivial e se situa bem acima da média, a despeito de alguns “furos” de roteiro e situações e personagens carentes de desenvolvimento. Mas no todo um filme dos melhores dentro do gênero e que vai certamente agradar aos aficcionados e mesmo quem simplesmente gosta de um bom divertimento de ação, muito suspense e algum terror, com momentos de testar o fôlego. 8,9
