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UM LOBISOMEM AMERICANO EM LONDRES

Este é um filme que entra em todas as listas dos cinco melhores filmes de lobisomem do cinema. E merecidamente. Porque ainda permanece com seus encantos e tem toda a mitologia desenvolvida, a partir de um vilarejo no País de Gales e cenas à noite em meio ao campo deserto, ou seja, com o cenário ideal para o suspense inicial, em termos de geografia e clima. Também contribui para o início marcante o envolvimento do povoado com as lendas – a taberna se chama “A ovelha chacinada”. O excelente suspense inicial encontra sintonia com os dois atores, que temperam a tensão com bom humor (David Naughton, que lembra levemente Al Pacino quando jovem e Griffin Dunne) e a partir dali o espectador acompanhará interessado (e com alguma emoção) todo o seu desenrolar. Foi produzido em 1981 (estreando somente dois anos depois), tem uma trilha sonora bem provocativa, começando e terminando com Blue Moon -trilha composta por Elmer Bernstein (A época da inocência, Os caça-fantasmas…)- é bem elaborado e tem cenas bem construídas, sendo famosas as rodadas em pleno Piccadilly Circus. Seu ponto mais memorável, porém, é a cena da transformação: certamente inovadora na ocasião, é mesmo hoje uma das mais bem feitas da história do cinema. São também interessantes os recursos “bizarros” para propiciar os diálogos do protagonista com o “sobrenatural”, permanecendo as pitadas de bom humor que já se distinguiam de início. Inclusive em uma das cenas, em plena Londres, o personagem tenta ser preso e perante o policial profere ofensas ao povo inglês, chamando o príncipe Charles de gay e a rainha Elisabeth de homem. A “mocinha” é Jenny Agutter e o filme é dirigido por John Landis, que perde a mão apenas na parte final do filme. De repente, parece que tudo ficou apressado e após os  acontecimentos no cinema, em Piccadilly (famosos e realmente de grande impacto), o desenlace deixou a desejar, em termos de elaboração e acabamento. Mesmo assim, permanece ainda, sem dúvidas, como um dos melhores filmes de lobisomem da história do cinema.  8,7