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PICNIC (FÉRIAS DE AMOR)

PICNIC (FÉRIAS DE AMOR) – O título em português é colocado entre parêntesis porque é absolutamente ridículo, como costuma acontecer há décadas. São pessoas despreparadas e sem qualquer sensibilidade as encarregadas dessa missão, que poderia atingir seus propósitos comerciais sem sacrificar a essência da mensagem de cada filme. Mas esse filme, de 1955, ficou famoso por três motivos: a temática para a época (alguma pimenta, enfim), o casal de protagonistas (William Holden e Kim Novak são protótipos de beleza masculina e feminina e ídolos da sétima arte) e a cena da dança (de uma sensualidade que se tornou imortal no Cinema). É um drama com ares meio novelescos, certos exageros interpretativos, um roteiro que não foge muito do lugar comum, mas os citados elementos de destaque elevam o filme para um lugar especial, principalmente considerando o ano em que foi realizado. Na verdade, existem fatos importantes na história e que provocam muita reflexão, pois a partir de uma cidade conservadora (e sem negros!), de costumes sempre iguais, da mesmice do dia a dia, surge um “furacão”, que vai mudar atitudes, provocar revoluções, gerar desabafos (amargura represada e que se liberta subitamente) e a partir do qual se vislumbra a possibilidade de mudança de comportamento, de coragem para encarar desafios. Além da dupla de protagonistas, o elenco é formado por Cliff Robertson, Arthur O´Connell (muito bom) e Rosalind Russell, entre outros, mas o destaque do filme –apesar da também muito boa atuação de Susan Strasberg (como a irmã da personagem de Kim)- é efetivamente Holden (que com sua exuberância física desempenha perfeitamente o papel de “macho alfa”), embora faça um papel como se fosse bem mais jovem do que os quase 40 anos que tinha na ocasião. De todo modo, era um ator dos mais requisitados, protagonizando inúmeros filmes, como “As pontes do Toko-ri”, “Inferno 17”, “Crepúsculo dos Deuses”, “Sabrina”, “Nascida ontem”, “Suplício de uma saudade”, “A ponte do Rio Kwai” etc. A atriz Kim Novak na minha opinião é muito bela, mas nunca me convenceu do lado interpretativo (sempre a achei sonsa demais), embora tenha muitos fãs nesse sentido. O diretor Joshua Logan -que logo em seguida viria a dirigir Sayonara com Marlon Brando- ganhou por este filme o Globo de Ouro de Direção e o filme ganhou dois Oscar em 1956: Direção de Arte e Montagem. 8,0