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O HOMEM LOBO (THE WOLFMAN – 2010) –

Um início dos mais empolgantes, inclusive com letreiro em vermelho na apresentação! Um dos melhores filmes de lobisomem já feitos, com excelentes efeitos especiais (as transformações são memoráveis e ganhou o Oscar de Maquiagem) e que disputaria o primeiro ou segundo lugar não fosse uma falha indesculpável no roteiro. Dirigido por Joe Johnston (Jurássic Park 3, Capitão América, Jumanji), tem uma trilha sonora simplesmente espetacular (idem o som), de autoria de Danny Elfman, responsável pela música de dezenas de filmes, entre eles Homens de Preto, Os Simpsons e simplesmente todos os filmes de Tim Burton. E é estrelado por Benício Del Toro, Anthony Hopkins, Emily Blunt, Hugo Weaving, Geraldine Chaplin, fato que dispensa maiores comentários. Não só a época, mas também o local são propícios à mitologia, com florestas, neblina, assassinatos, ciganos (e seu urso amestrado) e as histórias dos aldeões, além de naturalmente os uivos e a lua cheia e a lenda que se propaga. A história se passa basicamente em um vilarejo típico no interior da Inglaterra, na segunda metade do século 19. Há cenas de grande impacto e violência e os ataques da fera são rápidos e violentos, mas visíveis e com muito realismo. Notáveis também as cenas nos telhados e as realizadas em pleno coração da Londres Vitoriana (não, a Rainha Elizabeth ainda não reinava !). O que não dá pra entender é a grave falha no roteiro, a partir do momento em que após ataques violentos e todos identificarem o assassino como o lobisomem e o vincularem à pessoa, simplesmente esse personagem, ao invés de ser preso ou morto pela multidão em fúria e com medo, é encaminhado a um sanatório para se tratar da doença, sob o argumento da licantropia (doença mental que faz o doente acreditar ser um lobisomem). Esse desdobramento não tem lógica, constitui um terrível equívoco da história e a enfraquece significativamente. Entretanto, isso ocorreu por alguns momentos apenas, porque se fecharmos os olhos para essa incongruência, veremos que na continuidade o filme de fato retoma seu fôlego. E apresenta ótimas cenas na sequência. O final é de impacto, embora nada diferente do trivial; Contudo, a derradeira cena é interessante e apresenta uma perspectiva de continuidade, valorizada pelo close da lua cheia e o apelo impactante do uivo da fera. Falhas à parte, o filme é certamente integrante da lista dos 5 melhores do gênero, de todos os tempos. 8,7