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A PRINCESA E O PLEBEU (ROMAN HOLIDAY)

Até o título em português ficou ótimo neste que é um dos maravilhosos filmes da chamada Era de ouro do cinema (décadas de 40 e 50), produzido em 1953 por William Wyler, que também o dirigiu e concorreu ao Oscar nessa categoria inclusive. Na verdade, o filme foi indicado em 10 categorias, vencendo nas de Melhor figurino, História original e Atriz. A história matriz foi escrita por Dalton Trumbo (cuja vida foi contada em filme com o seu sobrenome), roteirista estigmatizado durante algum tempo em Hollywood, por ter se recusado a depor na famosa comissão de 1947, formada para caçar comunistas no cinema americano. Todas as indicações do filme foram merecidas, porque é uma comédia romântica emocionante, envolvente, um singular conto de fadas que nos transporta e enternece, com ótima produção e direção -filmado inteiramente em Roma e brindando o espectador com um tour especial pela cidade-, mas principalmente em razão da presença irresistível de Audrey Hepburn. Ela ganhou o Oscar por esse filme e sua presença é realmente magnetizante: ela é, ao mesmo tempo, doce, meiga, ingênua, delicada, deslumbrante, elegante, requintada e exala beleza e juventude. Ninguém melhor que ela para interpretar uma princesa e vendo-a no filme nesse papel concluímos ser a perfeita personificação da nobreza. E a belíssima fotografia em preto e branco não perde a oportunidade de nos presentear fartamente com sua fotogenia. Como muitos já disseram: como não se apaixonar por Audrey Hepburn? A atriz ganhou com esse filme seu único Oscar, mas foi indicada a esse prêmio cinco vezes e colecionou inúmeros outros na carreira, incluindo Globos de Ouro (um deles por este filme), Baftas, Emmys, Tony (teatro) e até um Grammy (álbum falado, que fez para crianças). Recebeu, além disso, vários prêmios humanitários por suas ações beneficentes, prêmios póstumos (faleceu em 1993), a medalha Presidencial da UNICEF etc. Foi incluída em 1990, pela revista People, como uma das 50 personalidades mais bonitas do mundo e uma das duas únicas pessoas a usar o famoso diamante Tiffany (nas propagandas do filme Bonequinha de luxo). Ela está realmente fabulosa neste filme, embora Gregory Peck (com o charme e galã de sempre), Eddie Albert (o amigo fotógrafo) e Hartley Power igualmente desempenhem otimamente seus papéis. O conjunto de tudo é pura magia, um filme divertido, embalado em ritmo perfeito, que atinge em cheio os corações e tem ainda um final magistral (que poderá até lembrar a alguns de Um lugar chamado Nothing Hill): e a última expressão do rosto da princesa, repleta de significados, é realmente para não mais esquecer. 10,0