TAXI DRIVER
Este filme, de 1976, virou uma espécie de “clássico”. Por diversos fatores. Primeiro, porque é um filme ousado e original, estilo meio noir, que faz um retrato cru e violento de Nova Iorque, com um clima especial e construído com maestria pelo diretor Martin Scorsese, aqui em um dos seus primeiros trabalhos. Inclusive com muita força na melancólica e jazzística trilha sonora de Bernard Herrmann (que evoca múltiplos sentimentos) e nas narrativas in off. O homem é produto do meio, realmente? Ou só é revelado pelo meio? Quais os limites da invisibilidade/solidão? Em segundo lugar, porque Robert de Niro – que já havia feito O poderoso Chefão e, com Scorsese, Caminhos perigosos – começava a se firmar como um dos maiores atores do Cinema e neste filme atua com raro brilho e energia. E terceiro, porque Jodie Foster, então com 14 anos e no início da carreira, já mostrava grande talento, tendo inclusive ganho o Bafta (Oscar britânico) de Melhor Coadjuvante. Mas além dos citados, o elenco tem também o camaleão Harvey Keitel, Cybill Sheperd, Peter Boyle e Albert Brooks, entre outros. O roteiro é de Paulo Schrader e a fotografia de Michael Chapman, que destaca o clima meio claustrofóbico e a escuridão, coerentes com o enredo. O filme, que ganhou a Palma de Ouro de Cannes, foi indicado aos Oscar de Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Música. Mas seu problema é que era o ano de Um estranho no ninho…Pessoalmente eu gostei muito (embora não seja filme para todos os gostos), mas faço uma ressalva: achei os últimos 10/15min fracos e destoantes, inclusive até meio ridículo em algumas cenas e quanto aos efeitos visuais. 8,5