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WINCHESTER 73

Este foi um dos primeiros faroestes da carreira do diretor Anthony Mann (1950), que a partir dele faria vários outros, inclusive estrelados pelo grande James Stewart (que disse, certa vez, que este filme salvou sua carreira). Apesar de roteiro parecer, em certo ponto, meio saturado de fatos e de “rodeios”, trata-se de um filme bastante movimentado e rico em acontecimentos e principalmente em referências, inclusive históricas. Primeiramente, pelo seu ponto central, que é a espingarda mais famosa do mundo. Os fatos ocorrem em torno do ano de 1876 e “A arma que conquistou o Oeste” alcançava uma fama fabulosa, sendo ambicionada por todos (e no filme trocando algumas vezes de mão, fato importante dentro do enredo): a winchester fabricada em 1873 teve uma série especial chamada de “Um entre mil” e atraía a admiração de todos, inclusive das crianças. Vemos a cidade de Dodge city repudiar armas e com alguém que foi personagem da vida real comandando essa restrição aos locais e aos forasteiros: simplesmente o lendário xerife Wyatt Earp, em muitos de seus atos acompanhado do  também heroico Bat Masterson. No mesmo ano em que os dois habitaram aquela cidade, ocorreu o massacre do exército comandado pelo General Custer pelos Sioux (junto com Cheyennes), na chamada Batalha de Litle Bighorn (próxima ao rio de mesmo nome). Trabalha no filme a atriz Shelley Winters e fazem pontas rápidas os atores Tony Curtis -como um soldado que aparece alguns segundos- e Rock Hudson -surpreendentemente como um índio que também aparece rapidamente: ambos em sua primeira aparição no cinema. Uma história ágil, com violência, perseguições e uma mistura incrível de fatos, envolvendo vários malfeitores, jogo de pôquer (bem valorizado!), cavalgadas, concurso de tiros de rifle (justamente no centenário da independência dos EUA) etc. Entretanto, o roteiro peca por algumas inconsistências, que passam, porém, em sua maioria, batidas em meio ao mosaico de acontecimentos e situações enfocadas. Um western prazeroso em seu todo, que poderia ser melhor, mas que varia bastante quanto ao seu conceito, havendo quem o acha apenas regular, até os que o consideram uma obra-prima.  8,6