Este é um filme de 1990, mesma época da produção da terceira parte de O poderoso chefão, inclusive tendo concorrido ambos, em 1991, a vários Oscar. No caso deste filme, foi indicado a seis Oscar, mas ganhou apenas o de Melhor ator coadjuvante, para o ótimo Joe Pesci, tendo perdido os prêmios de Filme, Diretor e Roteiro para Dança com lobos,de Kevin Costner (imagine o prestígio que o moço tinha na época!). Dirigido muitíssimo bem pelo aclamado Martin Scorsese, para alguns é o melhor filme jamais feito sobre a máfia e para muitos já entrou na galeria de clássicos. Seja como for, é um filme de alta qualidade e aborda com muita coragem e realismo vários aspectos do mundo da máfia, mostrando como se forma um mafioso, suas influências, como funciona a hierarquia, a vida em família. E obviamente, como o próprio título declara e também nas estrelinhas ostenta cinicamente, trata de amizades, companheirismos e traições. É provavelmente a melhor atuação da carreira de Ray Liotta (até o personagem real elogiou sua atuação e o realismo do filme) e, como sempre, são ótimas as atuações de Lorraine Bracco, Paul Sorvino e do restante do afinado elenco, com destaque especial para o camaleão e que dispensa maiores comentários, Robert De Niro, inclusive acostumado a trabalhar com Scorsese. O elogio maior que cabe ao filme é romantizar a menos e apresentar personagens autênticos a mais, tendo sido inclusive uma das grandes preocupações dos produtores e roteiristas justamente apresentar os fatos quase que como uma espécie de documentário, sobre a realidade da vida e da morte envolvendo os membros do crime organizado (e seus antagonistas, naturalmente). 9,2
