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A NAVE DA REVOLTA (THE CAINE MUTINY)

Este filme de 1954 -vê-se em seu final- é dedicado à Marinha dos EUA e essa homenagem é feita de uma forma bastante segura, harmoniosa e atraente. As ações se passam a partir de 1940, época da Segunda Guerra Mundial, mas não há batalhas e não é um filme de guerra. Entretanto, sua grande parte é mar e na caça-minas do título: Caine, uma banheira velha, no dizer de seu velho capitão. É um drama (com toques de romance e ação) muito gostoso de se assistir, com uma trilha sonora ótima e que deixa inclusive claro para não se levar, de início, o filme com tanta seriedade, embora o tom leve dê lugar para assuntos sérios, notadamente a partir da forte e importante cena no navio. Haverá, ainda, ótimos momentos no julgamento, culminando depois ainda, com uma ótima cena, inesperada, da qual participa o advogado. Humphrey Bogart está excelente e marcante como sempre (não há dúvidas de que é um dos atores mais carismáticos que o cinema já teve), em um papel bastante diferente em sua carreira, assim como também o restante do elenco, destacando-se Tom Tully (o capitão velho),  Fred Mc Murray, Van Johnson, Robert Francis e José Ferrer (o advogado) – e ainda com a presença do novato no cinema, Lee Marvin. É um filme muito bem feito, denso, e que mostra a importância da Marinha americana, incluindo a necessária rigidez de suas regras de disciplina e da hierarquia, o que, aliás, vai redundar nos fatos mais relevantes do filme. A direção é de Edward Dmytryk. Há cenas ótimas, diálogos ótimos e é um filme que prende o espectador do começo ao fim, com um ritmo perfeitamente equilibrado, assim como equilibra bem seus temas, inclusive quando mostra cenas fora do barco. Foi indicado a vários prêmios, incluindo a 7 Oscars: Melhor filme, ator, ator coadjuvante (Tom Tully), roteiro adaptado, edição, trilha sonora e mixagem de som.   8,7