Este é um western um pouco diferente da maioria, feito em 1947 e dirigido por Raoul Walsh (The birth of a Nation, O ladrão de Bagdá, Bando de renegados, com Rock Hudson, Seu último refúgio). Tem vários ingredientes dos faroestes costumeiros, mas ao mesmo tempo o tratamento do tema foge dos lugares comuns, além de ser tido pela crítica como um faroeste noir (é em preto e branco) e também psicológico. Apesar das qualidades do filme e da fama de Robert Mitchum, ele não é um ator que me agrada muito: acho que sempre tem a mesma cara, em todos os papéis. E aqui apresenta uma interpretação às vezes meio fria, outras vezes teatral. Mas não há como negar, por outro lado, que é um ator de “presença” e que se destacou por alguns ótimos papéis que teve na carreira, além, é claro, de não comprometer nos filmes em que atuou. O restante do elenco, porém, achei muito bom, principalmente as atrizes Judith Anderson e Teresa Wright, ambas com carreira de mais de 50 filmes em Hollywood e esta última brilhando em vários filmes como em Os melhores anos de nossas vidas e tendo ganho o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante em 1943 por Rosa da esperança (Mrs Miniver). Este é filme que tem também a virtude da trilha sonora de Max Steiner e de ser meio misterioso e imprevisível, por esse motivo mantendo a atenção do espectador durante toda a história. De negativo efetivamente, existe apenas um ou outro fato que não “fecha” dentro do roteiro (mais relacionado com a conduta de alguns persoangens), sendo um dos exemplos o da frase que não foi dita no filme e que seria imprescindível: inconcebível, dentro do contexto e considerando a gravidade da punição, que o personagem não tenha se defendido da acusação de assassinato, o que poderia fazer simplesmente dizendo que havia sido vítima de uma emboscada! 8,4
