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UM RETRATO DE MULHER (THE WOMAN IN THE WINDOW)

Edward G. Robinson atuou em dezenas de filmes, principalmente nas décadas 30 e 40, sendo diversos de gangster. Sua fisionomia e físico eram peculiares, não tinha ares de galã, mas era um ótimo ator e se inclusive se especializou em interpretar vilões. Também atuou em diversas séries e programas de TV. A bela Joan Bennett igualmente participou de dezenas de filmes, da mesma forma com intensidade nas décadas de 30 e 40, nesta última tendo maior destaque e inclusive em papéis de femme fatale. São eles os protagonistas deste thriller policial noir dirigido em 1944 por Fritz Lang, um dos mais conceituados cineastas do cinema de todos os tempos (ele fazia filmes na Alemanha e depois passou a fazê-los também nos EUA, para onde emigrou em 1930, fugindo do nazismo) e que dirigiu Metrópolis, O vampiro de Dusseldorf, O testamento do Dr. Mabuse, Os corruptos, entre outros: garantia de qualidade, incluindo ótima narrativa. O clima é muito bem construído e embora um andamento lento no início, acaba aprisionando o espectador, que efetivamente acompanha tudo com o maior interesse e até um certo fascínio, sem saber exatamente por que caminhos será levado. Poderia ser até uma obra de Hitchcock, sendo tudo elaborado a partir de um retrato de mulher exposto em vitrine, com ótimo roteiro e inteligentes diálogos. A criatividade virá em maior escala na parte final do filme, que fechará de forma extremamente engenhosa: embora não original, certamente surpreendente no contexto. De todo modo, um desfecho totalmente satisfatório e a última cena encerra o filme com -também inesperado- irresistível bom humor.  8,7