A MULHER DO DIA (WOMAN OF THE YEAR)

Difícil explicar o título em português, quando bastava repetir o original em inglês, que tem o mesmo significado e uma concepção mais universal. Mas como sempre não é fácil entender o cérebro dessas pessoas que dão nome aos filmes distribuídos no Brasil e também o título brasileiro não é um absurdo. De outro lado, o cartaz do filme constitui realmente um spoiler incontornável, embora nesse tipo de filme em poucos minutos o espectador já perceba que rumos o roteiro seguirá. Resta dizer que o par central  é formado pelos consagrados Spencer Tracy e Katharine Hepburn, esta inclusive indicada ao Oscar por sua –mais uma!- destacada atuação. Mas fora os dois, não vejo nada de especial no filme, fora uma cena ou outra, sendo seu atrativo maior, na verdade, o que ocorreu nos bastidores, pois foi fora de cena (ou não?) que o casal se conheceu e pelo que contam se apaixonou instantaneamente, passando a haver daí um relacionamento sólido de mais de 25 anos, embora clandestino (com Hollywood toda sabendo…) porque Tracy continuou casado legalmente com outra mulher. A história tem alguns enfoques interessantes envolvendo inicialmente uma rivalidade superficial entre dois repórteres e depois o conflito da vida profissional atribulada com o relacionamento pessoal e as lições que se retira de tudo para que a busca, afinal, do equilíbrio, mas na maior parte do filme não há grandes emoções ou acontecimentos. O diretor é George Stevens, com trabalhos bastante respeitáveis no cinema, como em Um lugar ao sol, Os brutos também amam, Assim caminha a humanidade etc e, ao contrário da opinião deste articulista, muitos gostaram deste filme, inclusive a Academia, que o premiou com o Oscar 1943 de Melhor roteiro. 7,6