Este filme foi produzido em 1931 e é estrelado por Greta Garbo e Clark Gable (sem bigode). Trata-se de um drama que mostra as facetas da mulher e das relações da época, desencontros e descaminhos, o próprio subtítulo já dando uma boa pista da história e das dificuldades da personagem Susan, desde a infância, vivendo em um ambiente precário e sendo sempre alvo de tratamento bruto por parte do pai (bonita a simbologia na sombra, do crescimento da garota), o que a faz, naturalmente, ter o desejo de se afastar de casa o quanto antes. Não é um roteiro tão envolvente e brilhante quanto outros da época, mas traz elementos interessantes, inclusive mostrando uma Garbo já naturalmente sedutora (voz grave, penteados, sotaque, dominadora…) e um Gable já ótimo ator e dando algumas notas de ter sido talvez o maior galã da história do cinema, inclusive porque toda a sedução e o charme que empresta aos seus personagens, dizem que também fazia parte de seu comportamento na vida fora das telas, sendo famosos os vários romances que teve, com dezenas de atrizes, inclusive com quem contracenava: Garbo não deve ter sido o caso, por ser homossexual, embora tenha ficado famosa entre o público masculino como mulher fatal (não exatamente por este filme). Entretanto, também agradava o público feminino, tanto que uma famosa atriz teria dito que ao conhecê-la sentiu tamanho magnetismo, que se tivesse alguma tendência lésbica, não teria resistido àquele momento. Foi um filme pré-Code, o que significa ter sido feito antes da existência do famoso Código de Produção de Filmes, que passou a impor limites e fazer o controle da censura, a partir de 1934. 8,3
