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ALMA EM PÂNICO (ANGEL FACE)

Um drama policial noir de 1952, com ótimas trilha sonora de Dimitri Tiomkin e direção de Otto Preminger, o mesmo de Laura e que depois deste filme dirigiria vários outros, incluindo Bom dia, tristeza e Anatomia de um crime. O roteiro é imprevisível e muito interessante, também qualificando o filme as ótimas interpretações de Jean Simmons (O manto sagrado, Entre Deus e o pecado, Spartacus, Da terra nascem os homens…e bem mais tarde, na TV, a Fee em Pássaros feridos) e Robert Mitchum (Rancor, Fuga do passado e depois deste filme O rio das almas perdidas, O mensageiro do diabo, Círculo do medo, entre outros), principalmente. Mas todo o elenco é harmonioso, com ótimas atuações de Mona Freeman e Leon Ames (o advogado), entre outros. Em resumo, todo o contexto é bastante equilibrado, de drama e suspense, com algumas surpresas, duas ou três cenas bastante chocantes (os fatos que ocorrem quando Diane toca piano, por exemplo) e uma história que envolve o espectador até o seu final. O lado negativo, se é que se pode assim classificar, é composto pelos detalhes apenas: primeiro, o título em português, que é péssimo e segundo, uma cena totalmente descuidada, quase ao final, quando aparece um tabuleiro de xadrez montado de forma incorreta: o fato chama a atenção, porque quem joga xadrez -e Diane é jogadora e adversária frequente do pai, conforme aparece em cena específica- jamais vai montar o tabuleiro com as peças em posição errada: no caso, uma casa preta está na extrema direita do jogador (com suas peças à frente), o que é um erro crasso, pois a casa branca é a que deve estar em tal posição). Mas, conforme dito, são apenas detalhes dentro de uma estrutura bem dosada e que fornece ao espectador apreciador do gênero um ótimo entretenimento. 8,6