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JOJO RABBIT

A gente fica pensando: indicar um menino de 10 anos para o Globo de Ouro de Melhor Ator, junto com renomados e veteranos atores? Um disparate? Uma insensatez? Mas vendo o filme até que o fato se justifica em parte, pois o garoto Roman Griffin Davis é realmente a alma deste filme, aliás, um filme que sai do lugar comum e traz a originalidade e o sabor de seu estilo (e forma/cores). Aquelas comédias meio non sense, de cenas rápidas, fotografia forte e colorida, personagens que parecem estar em farsa o tempo todo. Clima permanente de humor negro. E o roteiro tem ainda umas “sacadas” ótimas, como o amigo imaginário do menino ser o próprio Fuhrer (interpretado pelo próprio diretor do filme, o neozelandês Taika Waititi, que é também poeta, pintor etc)! A história enfrenta ora com leveza, ora com acidez várias questões da guerra, mas predominam o humor negro e a crítica ácida, a sátira irreverente à Segunda Guerra e principalmente aos nazistas. A partir de certo ponto as cenas passam a ser mais áridas e dramáticas, como se subitamente o personagem saísse de seus sonhos juvenis e de suas crenças patrióticas e fosse jogado de frente para uma realidade crua e cruel. Os absurdos da guerra dominam, como o das crianças participando da guerra como se fossem adultos (enfatizado desde o início), o da perseguição aos judeus (evocada a figura de Anne Frank), mas no final ainda há espaço para o lirismo (a esperança não pode morrer…), em uma delicada cena em meio à nova realidade. Além do citado garoto, que é a dinâmica do filme, atuam no filme, entre outros, Scarlett Johansson e Sam Rockwell.  8,5