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JÚLIO CÉSAR

Filme épico de 1953, estrelado por Marlon Brando (marcante como sempre e fazendo o papel de Marco Antonio) e dirigido por Joseph Mankiewicz (A malvada, Núpcias de escândalo, Cleópatra, A Condessa descalça, Quem é o infiel?). Conta a história da Roma do ano 44 antes de Cristo e toda a sua situação, política principalmente, mostrando as intrigas e conspirações contra o excesso de poder e a ambição de Júlio César (“César” foi o título de todos os imperadores entre 63 a.C e 138 d.C), bem como o próprio assassinato, além das consequências para o império e a assunção inteligente e ardilosa do trono por Marco Antonio, que o dividiu com Otávio e Lépido. O discurso de Antonio pela morte do amigo e mentor César, repleto de eloquência e persuasão, é histórico e realmente esplendoroso, mostrando a possibilidade de o povo ser facilmente manipulado pela retórica. O assassinato ocorreu nos conhecidos “Idos de março”, o dia 15 daquele mês no calendário romano. O filme tem um belo roteiro e diálogos em alto nível, porque baseado no texto de Shakespeare (Julius Caesar) e que o legendou procurou, com qualidade, manter o mesmo padrão, que busca fidelizar ao máximo o linguajar da obra original: por tal motivo, talvez os diálogos soem estranhos ou rebuscados para alguns, que assim poderão inclusive não gostar do filme. De todo modo, é um filme de qualidade, que procurou ser fiel à História e à obra do Bardo e no qual, além de Brando, atuam James Mason, John Gielgud, Edmond O´Brien, Deborah Kerr, Alan Napier (o mordomo da série Batman de 1966), entre outros. Ganhou o Oscar de Melhor direção de arte em p&b e também concorreu aos de Melhor  fotografia em p&b, Trilha sonora, Ator e Filme. Fazendo um passeio pela Roma clássica (embora não dê destaque para alguns personagens importantes, como Cícero, por exemplo – mas não é seu foco), o filme mostra também a honra como elemento inseparável da cultura romana.  8,5