Atenção: este filme pode ser visto no Prime, que tem outro exatamente com o mesmo título em português. Só que esse outro filme tem 11 minutos, é brasileiro e um curta-metragem. Este é um longa metragem e americano, com protagonista anglo-paquistanês, aliás um excelente ator chamado Riz Ahmed, que poderia perfeita e justamente ganhar um Oscar por esta atuação magistral. Não há, portanto, como confundir os dois filmes. Este é um drama que enfoca de um modo mais profundo e original (atenção: spoiler) o tema da surdez, mas o espectador já vai tomar conhecimento desse fato no início do filme. O personagem, que ganha a vida como baterista de heavy metal e tem a cantora e guitarrista como namorada, percebe que está ficando surdo. E a partir daí passamos a acompanhar seu drama –e naturalmente também o do casal- e, por mérito do diretor, somos colocados no lugar do protagonista, escutando (ou não escutando) o que ele escuta. Os efeitos sonoros vão nos transportando a cada etapa da doença, fazendo-nos também acompanhar as etapas emocionais e que são as mais viscerais. Podemos, então, admirar a excelente interpretação do ator, em um papel difícil ao qual se entregou de corpo e alma. Embora sua partner também seja muito boa atriz (Olivia Cook), contando o filme também com a participação do conhecido ator francês Mathieu Amalric e com a ótima presença do ator Paul Raci (Joe). O diretor –e que também fez o roteiro- é o competente Darius Marder. Um filme forte e que nos toca ao narrar fatos verossímeis e complexos de serem enfrentados, relacionados com uma difícil adaptação e mudança de vida, mostrando inclusive aspectos interessantes de uma comunidade de pessoas surdas, justamente comandada por Joe. O filme fecha de uma forma coerente e também poética, talvez surpreendente para alguns. 8,7
