Dirigido e roteirizado por Francis Ford Coppola, este poderoso filme de 1974 foi indicado a 3 Oscars (Filme, Roteiro Original e Mixagem de som) e a 4 Globos de Ouro (Filme, Diretor, Roteiro e Ator), o que demonstra sua alta qualidade. De se observar que naquele ano de 1975 concorreu com O poderoso chefão 2 e Chinatown, entre outros. Coppola provavelmente não foi indicado por este filme na categoria Direção no Oscar porque já estava concorrendo por O poderoso Chefão 2, inclusive tendo ganho o prêmio! E o ator em questão é o grande Gene Hackman, aqui em uma extraordinária construção de personagem (um uma simbiose de solidão, responsabilidade, culpa e paranóia). Mas se não fosse o alto nível da direção, da interpretação – o filme tem também John Cazale, Robert Duvall e um jovem e já carismático Harrison Ford, na época com 32 anos – e da parte técnica, este drama psicológico apresenta também um excelente roteiro. A história, lenta mas precisa, prende a atenção da primeira à última cena e o desenvolvimento é recheado de mistério e suspense, em clima crescente de tensão, conforme o protagonista vai se envolvendo com os fatos e é assolado pelas filigranas de seu caráter e de seus conceitos morais e éticos. Os fatos ocorrem bem encadeados, com perfeita harmonia e o enredo surpreende e torna inclusive imprevisível o desenlace, que acontece com muita emoção e em grande estilo (na cena final, a desolação decorre da paranóia ou da realidade?). Um filmaço. 9,2
