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PLATOON

É um drama de guerra de 1986, dirigido por Oliver Stone, que já havia feito, antes dele, Scarface e O expresso da meia noite –depois deste filme, o cineasta ainda haveria de dirigir muitas outras produções famosas, como Wall Street, Nascido em 4 de julho, JFJ, The doors etc. Apesar de ter no elenco um Johnny Depp pós-adolescente (e que aparece alguns segundos apenas), o destaque aqui fica por conta de Willem Dafoe, Tom Berenger e Charlie Sheen, cujo pai curiosamente havia protagonizado um tempo atrás Apocalypse Now (muito melhor que o filho, diga-se, que acabou se encontrando no gênero “comédia” na TV). Na verdade, o conflito entre os dois primeiros citados é a tônica do filme, pois a partir de um acontecimento em uma aldeia vietnamita (excepcionais cenas e que certamente vão chocar e indignar o espectador) é que o enredo resplandece, rendendo na parte final do filme uma cena inesquecível para o cinema, vista do alto de um helicóptero: apesar de a música principal do filme, Adágio para cordas (feito em 1936 pelo compositor americano de música erudita Samuel Barber) tocar ao longo de toda a história, é no referido momento que ela se torna mais pungente e adquire o seu maior e trágico significado. O filme mostra diversos aspectos da guerra, a claustrofobia da luta nas terras traiçoeiras do Vietnã (com a perspectiva permanente da derrota, por alguns), os perigos, os conflitos, a loucura, a perda do idealismo, mas os aspectos éticos estão efetivamente relacionados com os dois personagens referidos e é o prato principal do roteiro. Mesmo assim, embora para muitos nunca vá perder seus méritos, diante de outras produções similares (principalmente após Apocalypse Now) o filme não parece hoje manter a mesma força que o levou a ganhar vários Oscar e Globo de Ouro (nas categorias de Filme, Diretor, Montagem e Som). 8,3