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MINHA QUERIDA BRIGITTE

Algo que não pode ser contestado é a maestria do cinema americano no que se refere a certos tipos de produção. Entre as quais aquelas comédias, ditas “de antigamente”, enaltecedoras dos bons costumes e princípios, da família, repletas de alegria, bondade, de bons exemplos, da vitória do bem sobre o mal (mesmo que parcialmente ou a duras penas). E esta comédia de 1965 é uma delas, valorizada por um roteiro que possui elementos a mais do que os filmes habituais do gênero e pela presença do notável James Stewart comandando o elenco, no papel de um zeloso chefe de família, que é também professor e poeta. Assim, o filme é típico daqueles da “sessão da tarde”, mas que além de divertir e comover (com grande qualidade, em ritmo, direção, atores e atrizes), também toca em temas menos usuais, como o de verbas, nas escolas, antes destinadas às ciências humanas (leia-se artes) e que passaram a ser destinadas para as exatas (leia-se assuntos científicos e bélicos), a “fome insaciável” da mídia na exploração de temas e pessoas (mesmo crianças), entre outros. Mas no todo, acaba mesmo sendo uma irresistível comédia, leve, divertida, emocionante e naturalmente com algumas lições de moral, evocando no título o nome da atriz Brigitte Bardot, diva francesa (ainda no auge, embora tenha “explodido” muitos anos antes como símbolo sexual) e que era uma das fascinações dos americanos na época. A esse respeito, chama a atenção a atuação do ator Bill Mumy, como o filho de 8 anos do professor (na verdade o ator já tinha 11 anos à época), até porque naquele mesmo ano viria a protagonizar o personagem que o notabilizou: Will Robinson, na série “Perdidos no espaço”. E apesar de este filme ser interessante em seu todo, a parte final é um destaque à parte e que realmente vale por todo o filme: é algo emotivo, marcante e muito especial, que ficará gravado para sempre na memória dos fãs e dos apreciadores da sétima arte.  9,0