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PATTON

Existe um subtítulo para este filme: “Rebelde ou herói?” e a resposta é fácil, tanto para quem assiste à obra, quanto para quem consulta a história ou lê relatos biográficos sobre ele: ambos. George Smith Patton Jr. nasceu de uma família rica em 1885 na Califórnia e apesar de ter sido destacada no filme apenas a sua vida durante a Segunda Guerra Mundial, já havia participado também da Primeira Guerra, inclusive nessa época tendo integrado uma equipe que se deslocou até o México para punir o revolucionário Pancho Villa (1916); antes disso, teve papel de destaque nos Jogos Olímpicos de 1912, em Estocolmo, na modalidade do pentatlo, enfim, tendo uma vida e uma carreira ricas e movimentadas, que vale a pena pesquisar. Mas o filme enfoca justamente o período que é o polêmico na carreira do major-general temporário (promoção de 1941), porque adotou um comportamento ao mesmo tempo corajoso e ousado, porém em desacordo com as regras e até desafiando algumas vezes a hierarquia: em 1943, por exemplo, houve um incidente dele com um ou dois recrutas (o filme mostra um, mas há relatos de dois…), que quase puseram fim à sua carreira ou pelo menos o seu importante comando. Certamente ele foi o personagem mais controverso e discutível dessa guerra, tanto por sua patente, quanto pela sua conduta; suas falas ficavam longe de convencionais (a abertura do filme deixa isso claro), seu lema era o de não tolerar soldados entrincheirados (pois os queria em ação), pregava a máxima disciplina, às vezes de modo exagerado, contudoera era extremamente carismático e idolatrado por seus comandados, que realizaram missões históricas na segunda guerra, inovando em dinâmica e tempo de operações extremamente delicadas e perigosas. Conta-se que passou a ser temido e respeitado até mesmo pelo inimigo (o que o filme mostra, romanceando um pouco os fatos…), a tal ponto que foi a peça-chave em uma estratégia montada para enganar os alemães e evitar que deslocassem um grande destacamento de soldados para a região onde ocorreria o desembarque na Normandia (Dia D). O filme não mostra muitas cenas de guerra, mas fornece um ótimo painel de seu contexto, tanto no aspecto das estratégias militares, quanto sob o ponto de vista da política de guerra, revelando um retrato que procurou, ao que parece, ser bastante fidedigno de Patton, mostrando seu modo de pensar e de agir. George C. Scott teve um desempenho memorável como protagonista e o elenco todo é muito bom, embora eu não simpatize muito com o ator Karl Malden (o que parece estar sendo sorrindo), o qual sempre tem a mesma cara em todos os papeis que desempenha. Além do exposto, há algumas cenas reais que valorizam bastante o filme e seu final além de um belo cenário e momento, guarda uma filosofia bastante eloquente sobre a gloria e o tempo. Com ótima fotografia e com trilha sonora de autoria do consagrado Jerry Godsmith, o filme ganhou em 1971 os Oscars de Melhor Filme, Ator, Diretor (Franklin J. Shaffner), Roteiro original (Francis Ford Coppola e companhia), Direção de arte, Edição e Som.   8,8