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THE MAURITANIAN

Este é um filme que repete velhas fórmulas utilizadas à quase exaustão pelos americanos. Não tem qualquer originalidade e seus méritos se concentram no fato de, paradoxalmente, muitas vezes parecer uma novidade (mérito do roteiro e até da direção de Kevin Mcdonald (O último rei da Escócia, Munique…)  e nas boas interpretações de Jodie Foster, Tahar Rahin, Benedict Cumberbatch e Shailene Woodley. Na verdade, apesar de clichê, o filme se enquadra na categoria daqueles muito bem realizados e que mantém o espectador interessado e sem tirar os olhos da tela, inclusive pela força de uma ou outra cena e pela curiosidade de estar tendo acesso à realidade das secretas e preservadas instalações da famosa base naval americana na baía de Guantánamo (ou “Gitmo”, localizada no sudoeste de Cuba), na verdade a Prisão de Guantánamo, utilizada pelos americanos a partir de 2001 para a detenção de acusados de terrorismo -e que parece estar sendo desativada gradativamente. Nesse sentido apenas é que o filme foge do trivial, sendo inclusive um filme-denúncia, a respeito da absurda violação aos direitos humanos e que para talvez surpresa de muitos continua nos tempos atuais, pelo que o filme informa nos créditos finais. É daqueles enredos de investigação (Jodie e Benedict fazem advogados em lados opostos) e os fatos vão sendo expostos e o espectador formando suas impressões (e desconfianças), parecendo claramente um filme daqueles que se direciona para um tribunal, já que tudo se centraliza no direito à liberdade de Mohamedou – o roteiro nesse aspecto é bem construído, porque se fica sempre com um pé atrás, a respeito da culpa ou da inocência. Entretanto, para certa frustração de quem vê o filme, no final apenas se tem a notícia do resultado do julgamento, ficando o espectador privado das sempre emocionantes cenas de julgamento dos filmes, com exceção do momento inicial, com as declarações do acusado. Ao final vemos momentos do verdadeiro personagem, inclusive com maior duração do que normalmente acontece. Em resumo, apenas um bom filme, não havendo qualquer motivo especial para os tantos prêmios a que tem concorrido.  7,6