NO CALOR DA NOITE

Quem vê hoje este filme vai certamente gostar, porque é um policial bem feito, tendo excelentes atuações de Rod Steiger e Sidney Poitier,  principalmente daquele. Mas talvez, nos dias de hoje, embora ainda haja lamentáveis notícia de racismo nos EUA, não veja nada de muito especial e é aí que entra a importância do contexto histórico, porque o filme foi feito em 1967, época de efervescência dos movimentos civis, inclusive contra o racismo e do próprio racismo, tratando seu texto justamente e em grande parte desse tema. E mesmo assim, apesar da época e da temática incômoda -acentuada no filme pelos claros momentos em que se manifestar explicitamente os preconceitos, inclusive na rivalidade entre os dois protagonistas-, o filme foi um grande sucesso, gerando duas continuações e ganhando vários Oscar em 1968: Melhor filme, Melhor ator (Rod Steiger), Melhor roteiro adaptado, Melhor edição/montagem, Melhor mixagem de som, além de ganhar, também naquele ano, o Globo de Ouro para Melhor filme (dramático), Melhor ator (Steiger) e Melhor roteiro. Portanto, é um dos filmes em que a época em que foi feito se torna um elemento de extrema importância e significado. É um thriller policial, portanto com diversos enfoques envolvendo o racismo, sendo também, na verdade, uma caça a um assassino, onde também  conflitam os métodos de investigação mais antigos (Gillespie) e os modernos (Tibbs). O diretor foi Norman Jewison (Um violinista no telhado, Jesus Cristo Superstar, Justiça para todos, Agnes de Deus). Grande destaque também para a trilha sonora com músicas de Quincy Jones interpretadas por Ray Charles.  8,6