Um drama policial americano de 1947, muito bem dirigido por Henry Hathaway (Bravura indômita, Nevada Smith, Lanceiros da Índia) e também muito bem interpretado por Victor Mature (que dois anos depois faria o Sansão e Dalila) e Richard Widmark (ótimo e assustador com a risadinha de psicopata que criou), comandando um elenco que também tem, entre outros, Coleen Gray, Brian Donlevy e Karl Malden. Detalhe importante: Richard Widmark, ator com meia centena de atuações, fez aqui a sua estreia no cinema e foi tão boa, que foi indicado ao Oscar 1948 de Melhor ator coadjuvante. O filme também teve indicação para o Oscar de Melhor história original (categoria que existia na época -ao lado da de Melhor roteiro original -e que depois foi extinta). Bela fotografia em preto & branco, trilha sonora com toques de jazz, ótimo retrato dos costumes, em um roteiro relativamente simples, mas muito bem harmonizado e intenso, que inclusive reserva para os momentos finais seus momentos de maior tensão. A esse respeito, realmente a parte final do filme é extremamente bem feita no que se refere ao clima de suspense, prendendo totalmente o telespectador, que se sente realmente angustiado. Apenas a cena final deixa alguma dúvida quanto à perfectibilidade do roteiro, talvez residindo aí o único pecado do filme, que de resto é efetivamente interessante e bem acabado. Quanto ao título, o significado não é exatamente claro e de fácil compreensão, provavelmente fazendo referência ao fato de um suposto amigo trair o outro. 8,5
