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PSYCHOBITCH

Se esse filme viesse dos EUA, certamente ficaríamos cravados de clichês, ou seja, seríamos bombardeados pelas mesmas cenas que se repetem indefinidamente nos filmes americanos que tratam de questões adolescentes e dos colégios e estudantes do ensino médio: situações iguais, reações idênticas dos personagens etc. Entretanto, este é um filme norueguês, o que garante no mínimo um jeito diferente de mostrar os fatos, além de locações belíssimas, de neve, adornadas por casas e piscinas aquecidas e por um estilo de vida e educação bem diferentes da ocidental. Embora a trilha sonora do filme e o comportamento dos jovens seja absolutamente contemporâneo e sem grandes dissonâncias, exceto pela já mencionada educação nórdica diferenciada. Mesmo assim, em se tratando de meninos e meninas de 15/16 anos, há sempre lugar para neuroses, conflitos, dúvidas existenciais, atitudes covardes e de autopreservação. Este filme tem maturidade, porém, contendo além disso alguns desdobramentos inesperados e um ótimo elenco de jovens. Mexe com a nossa sensibilidade e até provoca recordações adolescentes e quem sabe de belas ou sofridas paixões. Contemplamos a dificuldade de se conviver com o diferente e os dilemas que emergem do próprio grupo social (ainda mais considerando a geração atual), o que pode certamente fazer aparecer a pior faceta das pessoas. O final parece súbito, entretanto se pensarmos bem veremos que não haveria outra saída redentora. Uma história já vista certamente, mas aqui contada de um jeito que prende a atenção até o final, sem que o espectador saiba exatamente para onde será levado. 8,5