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DESENCANTO (BRIEF ENCOUNTER)

Este é um drama romântico britânico, em preto e branco, lançado no final de 1945 e dirigido pelo grande David Lean. No ano seguinte ele faria “Grandes esperanças”, em 1948 “Oliver Twist”, em 1957 “A ponte do rio Kwai”, em 1962 “Lawrence da Arábia”, em 1965 “Doutor Jivago”, em 1970 “A filha de Ryan”, em 1984 “Passagem para a Índia“, entre vários outros. Mas as virtudes do filme não se esgotam na excelente direção. Os dois protagonistas também são ótimos, na atuação com total empatia de Trevor Howard (O grande motim, A filha de Ryan, O terceiro homem…) e Celia Johnson (Nosso Natal em família…), que valorizam cada cena, além da bela fotografia e da imponente trilha sonora. A esse respeito, o bom ouvinte identificará alguns acordes da música “All by myself”, composta por Eric Carmen em 1975 e cantada por muita gente ao longo da história. E não será engano e nem um caso de plágio exatamente (???), porque a trilha sonora do filme é de autoria do russo Sergei Rachmaninoff, um dos últimos expoentes da música clássica, e na verdade a composição de Eric Carmen foi que utilizou alguns trechos melódicos do Concerto para piano nº 2 do russo. De forma “destemida” e escancarada. Mas o filme apresenta um tema ousado para a época e há cenas realmente muito inspiradas, dentro de um roteiro muito bem construído. Os sentimentos despertados no final talvez dependam de cada espectador e da forma como interpretará os fatos, sejam alegres, tristes ou melancólicos, aqui colocadas em jogo as leis do coração.  Foi indicado em 1947 aos Oscar de Melhor diretor, Melhor roteiro adaptado e Melhor atriz. 8,6