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BENEDETTA

Pelo que consta, esta co-produção franco-holandesa é baseada em fatos históricos, passados em um convento italiano do século 17. Seria, então, um drama biográfico, envolvendo fatos heréticos relacionados com as crenças da época e que conspiraram contra a rigidez da Igreja Católica, afrontando vários de seus princípios. Na verdade, a heresia do filme está bastante relacionada com o uso profano de símbolos, mas principalmente com relações proibidas e absolutamente abomináveis para a época, as quais redundavam em castigos radicais, envolvendo tanto os famigerados instrumentos medievais de tortura, quanto a própria morte por execução, notadamente na fogueira. O filme é estrelado por Virginie Efira e dirigido pelo famoso e polêmico Paul Verhoeven (Instinto selvagem, Elle, Robocop etc). É uma história pungente, chocante, que enfrenta os temas de forma aberta e corajosa, de tal modo que, se este filme passasse nos cinemas há 30 anos, seria quase que certamente alvo de censura ou no mínimo de manifestações acaloradas nas portas dos cinemas, contra a sua exibição. Há cenas realmente impactantes, inclusive de conteúdo erótico, que não o recomendam para todo o público, incluindo principalmente o que não seja adulto ou o que tenha aversão à violência. O filme também é surpreendente em algumas abordagens, inclusive quando discute a crença nos milagres e a fé em geral na religião e nos seus dogmas. Também presente e com o brilho de sempre a veterana atriz francesa Charlotte Rampling (Swimming pool, O porteiro da noite, 45 anos etc). 8,6