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O PEQUENO GRANDE HOMEM

Este filme americano de 1970, com Faye Dunaway, Dan George e Martin Balsam, ficou muito famoso na época e tornou mais conhecido ainda o grande Dustin Hoffman, que estava no começo da carreira (havia feito A primeira noite de um homem e Midnight Cowboy). Por isso quem viu o filme naquela época tem um grande carinho por ele. Um drama, misturado com comédia e até umas cenas de pastelão. O roteiro tem várias falhas, algumas cenas são ruins (o sangue é ridículo), alguns personagens muito caricatos, mas no todo é um filme de protesto contra as atrocidades praticadas contra índios, incluindo mulheres, crianças e até os cavalos. E esse é um dos seus valores. Talvez essa forma menos séria venha realmente a calhar, uma vez que um filme mais profundo sobre o tema seria de muito difícil digestão. Porque mesmo com esse tom menos pesado sentimos bastante revolta pelas bárbaras covardias que são mostradas, chegando a dar asco presenciar o “heroísmo” de Custer, ao som daquela musiquinha clássica do exército americano. E o filme vai num crescendo, tornando-se mais sério e crítico à medida em que avança. Claro que há uma boa dose de maniqueísmo aqui, mas certamente não se pode contar a história do lado mais fraco de forma muito diferente. O filme é interessante ao mostrar o mundo do branco e do índio, sob a ótica do personagem, que participa tanto de um, quanto de outro mundo. E é grande o mérito do roteiro em aproveitar a longevidade do personagem principal (centenário) para retratar a história do Velho Oeste mostrando diversos fatos, enfoques e personagens ao longo dos anos, como os mitos do western White Bill Hicock, Buffalo Bill (que acabou se tornando o Beto Carreiro da época!…) e o próprio General Custer (mostrado no filme como um poço de ego). E sua parte final é dedicada à derrota do vaidoso Custer na famosa batalha próxima do rio Litle Bighorn (em Montana, em junho de 1876) e que acabou conhecida por esse nome, na qual o sétimo regimento da cavalaria do exército dos EUA foi massacrado pelos Cheyennes e Sioux unidos. Ótima direção de Arthur Penn e o filme concorreu ao Oscar de Ator Coadjuvante (Dan George, como o chefe indígena). Na época não havia ainda a categoria de Maquiagem, senão a que deixou Dustin Hoffman idoso seria uma forte concorrente.   8,5