DO MUNDO NADA SE LEVA (YOU CAN´T TAKE IT WITH YOU)
Frank Capra, italiano naturalizado americano, foi um dos grandes diretores do cinema, o mais aclamado de seu tempo, tendo ganho os Oscars de Melhor Diretor em 1935 (Aconteceu naquela noite), 1937 (O galante Mr. Deeds) e 1939 (por este filme) e o Globo de Ouro em 1947 (A felicidade não se compra). Mas dirigiu inúmeros outros filmes, tais como Dama por um dia, Horizonte perdido, A mulher faz o homem, Adorável vagabundo, Este mundo é um hospício e Sua esposa e o mundo. Seus filmes tinham em comum a mensagem edificante que era produto da prevalência das virtudes do mundo ideal sobre a maldade ou acontecimentos perturbadores do equilíbrio. Este filme de 1938 também ganhou o Oscar de Melhor filme e foi indicado nas categorias de Roteiro adaptado, Mixagem de som, Fotografia, Montagem e Atriz coadjuvante (Spring Byington, a Penny Sycamore). Aqui temos uma comédia meio aloprada, uma casa aparentemente de “loucos”, mas que na verdade são o contraponto da sociedade capitalista e cega em busca do lucro que escraviza. E nesse mundo ideal acabamos nos afeiçoando pouco a pouco pela tal família anacrônica, que é a Vanderhof e nos apegando definitivamente a ela e às “loucuras” de seus membros. E é difícil não vibrarmos com a força das cenas que ocorrem a partir da prisão e não nos comovermos ao final, diante do espírito universal do filme e da mensagem que deixa. O filme tem Jean Arthur, que trabalhara com o diretor em O galante Mr Deeds e faria com ele outros filmes, além de estrelar o famoso faroeste Os brutos também amam, em 1953, tem James Stewart, que 8 anos depois protagonizaria um outro filme de Capra e icônico na história do cinema, A felicidade não se compra, que emprestou vários temperos deste filme, mas que na minha opinião beira a perfeição com a genialidade de seu roteiro e tem também Lionel Barrymore, ator de muitos filmes em Hollywood (como Grande Hotel e A dama das camélias) e que curiosamente faz neste filme o papel oposto do que fará 8 anos depois em A felicidade não se compra (Mr. Potter). Um filme divertido, comovente, dinâmico e que passa mensagens edificantes e que nos acalentam o coração embora sejam totalmente previsíveis. Quem não gosta de ser envolvido às vezes no mundo ideal?!? 8,8