Este é um filme de 2011, dirigido por Robert Guédiguian e, apesar do nome, não tem nada a ver com aquele antigo, com Gregory Peck e Ava Gardner. O nome do filme na verdade se refere a um passeio que o casal de protagonistas pretende fazer, na África. O tema musical do filme, belíssimo, é inclusive a música de nome “Kilimandjaro”, de Pascal Danel…inesquecível: provavelmente todos já a ouviram, só talvez não associando com o nome. Mas é um filme que fala de pessoas comuns, pessoas do povo, da classe trabalhadora, classe média, um filme realista e que nada tem de glamour. Gente como a gente, que faz churrasco em casa, que tem que ganhar a vida e tem filhos pra criar. Só que mostra, em meio à realidade brutal da civilização atual, a flor que se ergue do pântano, como que por milagre: a que emerge do coração humano e de suas múltiplas facetas de beleza e de possibilidades. Brilhantemente interpretados, todos os personagens do filme, principalmente o casal principal, Jean Pierre Daroussin (Conversas com meu jardineiro, com o extraordinário Daniel Auteuil) e Ariane Ascaride. A esperança no ser humano e nos seus valores é o que fica no final, com a mensagem de generosidade, de compaixão, de amizade pura e de amor ao próximo, que enchem nosso peito de um sentimento absolutamente maravilhoso e que resgata a crença de que, afinal, mesmo em meio à barbárie, é sempre possível conservar e resgatar (caso perdidas) a bondade e a humanidade. 9,0
