Este filme de 1947 certamente tem que figurar entre os melhores chamados filmes de Natal de todos os tempos, juntamente com o magnífico A felicidade não se compra e outros. Foi inclusive indicado a cinco Oscars e ganhou o de Melhor Som (concorreu também a Trilha Sonora, Edição, Diretor e Filme – o melhor filme de 1948 foi A luz é para todos, com Gregory Peck). O diretor foi Henry Koster (Meu amigo Harvey, O manto sagrado) e o roteiro foi escrito a dez mãos, inclusive pelo célebre Billy Wilder. Graças à direção e montagem, ao delicioso e criativo roteiro e ao elenco, em pouquíssimo tempo estamos totalmente envolvidos pela história e nos deixando levar pela sua fantasia (uma fábula ou até se pode chamar de um conto de fadas), com grandes momentos de emoção e também de muitos risos. Um ritmo extremamente saboroso e um elenco maravilhoso que tem vários talentos, como as atrizes Elsa Lanchester e Gladys Cooper e o ator Monty Woolley, mas protagonizado pelo trio Cary Grant, Loretta Young e David Niven. Cary, além de galã um ator absolutamente envolvente e carismático; Loretta uma beleza insólita e uma excelente atriz, tanto que ganhou o Oscar 1948 de Melhor atriz, mas pelo filme Ambiciosa (The farmer´s daughter); Niven, com aquela fleuma e o tipo físico de sempre, mas ator para qualquer papel. E curiosamente, conta-se que inicialmente os atores iriam fazer o papel que depois coube ao outro interpretar, tendo sido ideia do novo diretor do filme (Koster) mudar os planos iniciais. Um filme divertido, romântico, extremamente agradável e ideal para ser visto em época de Natal e final de ano. Tem como um dos bons momentos o coro dos garotos cantores do “The Mitchell Boychoir” e muitas frases memoráveis, servindo como exemplo uma engraçada e uma mais séria e filosófica, respectivamente ditas por um professor e por um motorista de taxi: “Já faz um bom tempo em que quando eu passava por um cemitério, sentia como se estivesse procurando um apartamento”. “O principal problema do mundo é que há muitas pessoas que não sabem para onde vão, mas mesmo assim querem chegar lá rápido demais” (PS – último filme visto em 2020). 9,2
