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TOGO

Quem era menino ou jovem nas décadas de 60 e parte de 70 e gostava de filmes, não esquece das emoções de sábado na “Disneylândia” (e, claro, que muitos também passavam no cinema, o que ampliava as sensações todas!). Grande parte deles envolvendo animais -assim como os desenhos-, tônica da Disney. Eram filmes de visual bonito, cenas e paisagens maravilhosas, temas edificantes, repletos de ação, aventuras e magia. E também tinham em comum algumas pontinhas de dor que provocavam no coração, com  certeza para mostrar que a vida também tem tristezas, doenças, mortes. Quem não é desses tempos e gosta de filmes e principalmente de animais (preferencialmente cachorros), tem agora a oportunidade de sentir o que nós, crianças, sentíamos ao ver esses filmes. “Togo” (que é um husky siberiano), produzido pela própria Disney, não só reedita tudo o que os filmes antigos traziam, como mostra a história, que envolve belíssimas locações/paisagens e animais verdadeiros, com a técnica do cinema moderno. Ou seja: som e imagens maravilhosos, efeitos especiais incríveis em cenas envolvendo a natureza do Alaska: principalmente dos trenós e dos cães que os conduzem, pela neve, gelo e tempestades. Esses efeitos especiais, aliados às perfeitas edição e direção de Ericson Core, bem como ao som e à música de Mark Isham dão um brilho especialíssimo às cenas mais tensas e empolgantes do filme, sendo destaque as que ocorrem sobre o lago/rio congelado. Inesquecíveis e angustiantes. E mais: tanto nessas cenas quanto em todo o filme, emerge também imponente o carisma do excelente ator Willem Dafoe (O farol, No portal da eternidade, A última tentação de Cristo, Platoon), que interpreta o personagem Seppala e contracena principalmente com a ótima Julianne Nicholson (que faz sua esposa). Além de por si só ser um filme gostoso de assistir, muito bonito e emocionante, tem o grande mérito de se basear em uma história real, passada no ano de 1925 (a cidade enfocada se chama Nome) e que envolve também um surto de difteria: sabemos alguns detalhes nos créditos finais, que também nos farão dar vivas ao “Time Magazine” de 2011, que atenuou o sentimento de injustiça que o filme nos fez sentir. Filme para toda a família, entre os grandes Disney de todos os tempos e que não vai deixar também de adicionar ao tempero da vibração e da alegria que nos dá, algumas (ou muitas) lágrimas pelas grandes emoções que também proporciona, notadamente em sua parte final. 9,5