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O FAROL (THE LIGHTHOUSE)

Do mesmo diretor de A bruxa (Robert Eggers), outro filme com muito suspense, terror psicológico e clima sombrio, acentuado pela qualidade do som e da trilha sonora, absolutamente essenciais como temperos para um enredo repleto de mistério e com atuações memoráveis de Willem Dafoe (para os antigos, o sargento de Platoon, para os mais novos, Togo, No portal da eternidade – como Van Gogh) e Robert Pattinson (High Life, Tenet, Crepúsculo). Lamentavelmente os dois não foram indicados ao Oscar como mereceriam, sendo obrigados a “engolir” indicações como , no caso, as de Adam Driver e Antonio Banderas. Em razão do clima sinistro do filme, o preto-e-branco realmente se mostrou o ideal -se fosse colorido não teria realmente o mesmo impacto- e nesse ponto o filme também é excelente, tanto que concorreu ao Oscar nessa modalidade (Melhor fotografia). A história se passa toda em um farol isolado, onde trabalham e convivem o faroleiro e um ajudante, ambos ali por tempo determinado, até que em determinado dia deverão ser resgatados, após terem cuidado do farol por alguns meses. O primeiro tem ascendência funcional sobre o segundo e inclusive a exercita, exigindo a subserviência do auxiliar, incluindo a prerrogativa exclusiva de cuidar do farol no turno da noite. O relacionamento dos dois é a tônica do filme, que mostra o desenvolvimento dessa relação, a qual vai ficando cada vez mais difícil e delicada e repleta de neuras, segredos, ameaças subjacentes, passando a haver importante transformação de conflito a partir de determinado fato, quando tudo ficará acelerado e acentuado dramaticamente e o desfecho do filme, se não apresenta muitas surpresas dentro do quadro que foi sendo construído, no mínimo mostrará mais fatos impactantes. E a cena final é um primor, em termos de concepção artística de terror, mas totalmente coerente com história, que assim tem seu fecho em grande estilo.  8,3