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THE NIGHT STALKER/THE NIGHT STRANGLER

Ao contrário do que ocorre com a grande maioria das séries, “Kolchak e os demônios da noite” teve dois filmes-piloto: o primeiro em 1972 (The Night stalker) e o segundo em 1973 (The night strangler). A série passou na TV dos EUA em 1974 e 1975, com 20 episódios, mas fez um sucesso que ainda permanece, tendo inclusive servido de inspiração para vários filmes e seriados, entre as quais “Arquivo X”, o que foi reconhecido pelo seu próprio autor, Chris Carter. Isso porque reúne de forma muito hábil e harmoniosa diversos elementos que atraem e viciam o espectador: um personagem charmoso, divertido, carismático e que contrasta sua aparência meio desajeitada (de charlatão às vezes) com sua coragem e eficiência na caça aos assassinos (faro policial); uma história que dosa na medida certa o humor, o drama e o suspense (até mesmo terror), com excelentes ritmo-edição e trilha sonora; assassinatos que não são comuns, porque geralmente seus autores são entes sobrenaturais (um assassino que suga todo o sangue das vítimas, por exemplo); os conflitos permanentes com o chefe no Daily News (o irascível e mal humorado gritalhão Vincenzo – interpretado por Simon Oakland) e com a polícia e as autoridades, que não desejam que as histórias sinistras e perturbadoras vinculadas às mortes venham a público. Naturalmente o repórter xereta tem ótimos contatos, sintoniza na frequência da polícia e está sempre presente nas cenas dos crimes, com sua câmara Nikon e o gravador Sony (acentuando o merchandising) e com a mentalidade permanente de que a notícia vale o risco. E para o espectador tudo isso, bem calibrado, resulta em uma série que leva os fatos com leveza (narrativa in off do protagonista muito bem construído por Darren Mc Gavin) e ao mesmo tempo testa de modo eficiente (embora em sustos breves) a adrenalina. Destaque também para a participação do ator Claude Akins, que 5 anos depois viria a estrelar uma outra série que ficou famosa, batizada no Brasil de Xerife Lobo. 8,7