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HOMBRE

Um dos melhores faroestes já produzidos, apesar de parecer de início meio comum e despretensioso e de ter um final polêmico (muitos ainda acham que é um desfecho covarde). Mas o filme, de 1967, não tem nada de comum, ao contrário, apresentando um roteiro muito acima da média, principalmente em se tratando de faroestes, gênero no qual os diálogos são geralmente previsíveis. E além do roteiro consistente (embora também típico do Velho Oeste – sobrevivência, a razão escrita à bala etc), é muito bem dirigido por Martin Ritt (O mercador de almas, O indomado, Norma Era), tem um ótimo elenco, figurino e fotografia e os diálogos transcorrem em alto nível. A história aborda com riqueza diversos temas, como racismo,  massacre aos índios, conflitos morais e sociais, sendo especialmente valorizada pela maravilhosa atuação de Paul Newman, que desempenha um personagem frio, cínico, mas muito empático, embora de poucas e certeiras palavras e pelo restante do elenco, principalmente: Richard Boone, Martin Balsam, Diane Cilento, Fredric March e Frank Silvera, todos com ótima atuação. O nome do filme é o modo pelo qual o bandido mexicano chama o personagem de Newman (John Russel), já que não sabe o seu nome. É uma obra coesa, original, que prende do primeiro ao último minuto e que, como já dito, deixa alguma discussão apenas sobre o seu final, que talvez poderia ser diferente, para trazer uma perfeita coerência com todo o seu contexto (ou não?). 9,0