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NIGHT TRAIN TO LISBON

night trainUm filme para ser digerido aos poucos.  Degustado, na verdade, porque se trata de uma iguaria cinematográfica. Lentamente, a partir de um fato acidental em Berna, da vida monótona de um professor solitário, a ação se transfere a Lisboa (com belas imagens) e entramos em contato com um passado da época da ditadura portuguesa. Uma viagem, no amplo sentido do termo, que inicia e segue em frente, com muito mistério e clima. E com magia e delicadeza vão desfilando dramas e fatos políticos, em uma mistura obtida com extrema poesia e habilidade, aos cuidados do diretor Billie August (Pelle, o conquistador, A casa dos espíritos…). As emoções vão nos invadindo paralelamente com o desvendar dos segredos escondidos pelas velhas paredes, passo a passo, em uma investigação que se revela com bom suspense e fortes cores (e belíssima trilha), embaladas pelo ótimo roteiro e pelo texto literário maravilhoso atribuído a um dos personagens centrais do drama. Os fatos e as cenas vão acontecendo de maneira natural e impregnadas de realismo, enaltecido pelo maravilhoso elenco encabeçado por Jeremy Irons e também composto por Mélanie Laurent (impressionante o número de filmes em que ela tem aparecido), Charlotte Rampling, Lena Olin e Christopher Lee, só para citar os mais conhecidos. Uma joia de 2013 – produção EUA, Suiça e Alemanha e baseada no livro de Pascal Mercler – a ser descoberta, até a última cena (linda e profunda, como o filme todo é). 9,0