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RETRATO DE UMA JOVEM EM CHAMAS

Este é um belo filme, que se passa na França do século 18, em um local isolado (ilha), e envolve basicamente duas personagens, uma delas a da pintora interpretada pela excelente atriz Noémie Merlant (Curiosa) e a outra igualmente apresentada com maestria por Adèle Haenel (A garota desconhecida). Não é à toa que ambas foram indicadas ao César de Melhor atriz (Oscar francês) em 2020. E também não é sem méritos que o roteiro do filme, escrito pela francesa Céline Sciamma, que também o dirigiu, ganhou o prêmio de Melhor roteiro no festival de Cannes de 2019. Um ótimo roteiro e interpretações e direção à sua altura, emoldurados pela bela fotografia e trilha compõem um filme de qualidade, feito por quem sabe fazer cinema, embora seja mais indicado para quem aprecia os chamados filmes de arte, porque os fatos vão acontecendo lentamente e só aos poucos vai aparecendo a construção pretendida, quando então e cada vez mais o espectador passa a ser sensibilizado. É uma bonita história de aprendizado, descobertas, convivência, pactos, olhares, reticências, o amadurecimento e o inesperado em buscas fascinantes. Tem a participação da veterana Valéria Golino (Rain man) e muitos significados, propositalmente colocados, mas nem sempre perceptíveis à primeira visão, enaltecendo a beleza do amor, da mulher e da liberdade. 8,7