Este é um filme para adultos, embora trate da vida (real e não-convencional) do psicólogo que criou um mito dos quadrinhos: a Mulher Maravilha – além de ter ajudado a aperfeiçoar o detector de mentiras, mas nada patenteou por entender que era um invento que deveria aproveitar a toda a humanidade. É um drama corajoso, ousado e sensual, mas principalmente surpreendente, ao trazer fatos baseados em acontecimentos reais (com os créditos finais vemos fotos e ficamos sabendo do destino dos personagens) e que certamente são desconhecidos de grande parte dos admiradores dos quadrinhos, talvez inclusive de muitos fãs da própria Mulher Maravilha. Claro que os fatos são bastante romanceados, mas efetivamente retratam com cores vivas os anos 40/50, nos quais imperava uma certa moralidade totalmente incompatível com determinados comportamentos (que até hoje ainda são vistos com reserva por certas sociedades…imagine-se naquela época) e com o enfoque que inesperadamente foi dado a uma personagem que a princípio deveria apenas representar a luta contra o crime, à procura do bom e do justo, por uma heroína HQ. Eis a caça às bruxas, presente em várias fases da vida americana. Desenrolam-se aqui, com o elogiável intuito de manter distância dos clichês, duas tramas paralelas, apresentadas com qualidade e trazendo mensagens perturbadoras (e também reflexivas, inclusive sobre a verdadeira essência do ser humano). No elenco Luke Evans, Rebecca Hall, Bella Heathcote e Oliver Platt e na direção Angela Robinson. 8,8
