Um drama húngaro e com direção húngara lançado em 2021, com elenco todo da Hungria – onde se passa a ação (precisamente na capital Budapeste) – e protagonizado pelos húngaros Natasa Stork e Viktor Bodó. Não é uma história com ritmo ágil, ao contrário, sendo lenta e introspectiva, contendo várias reticências, embora com sutilezas e momentos bastante delicados. Não é um filme, portanto, para todo o tipo de público, talvez sendo mais indicado aos que apreciam os chamados “filmes de arte”. Primeiramente chama a atenção pelo título, que é mérito do original e reprisa o nome em inglês (o que faz muito bem). Depois, tem um andamento sem pressa e que privilegia o mistério: na verdade, o filme mantém o espectador em uma névoa misteriosa por algum tempo, até que não fica difícil se deduzir o que está acontecendo, embora toda a realidade somente seja revelada pouco a pouco. Esse mistério cria momentos de tensão, mas dentro de um roteiro bem construído que enfatizará os sentimentos e toda a complexidade que os cercam. Haverá também tensão sexual e um final que deixará talvez um belo ponto de interrogação ou uma simbologia atraente. Cinema diferente e que não deixa dúvidas de resultar de um trabalho extremamente intencionalmente meticuloso e bem realizado pela diretora húngara Lili Horváth (tanto que premiado em diversos festivais), daqueles para ser degustado sem pressa. 8,9
