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A HISTÓRIA DE MINHA MULHER (THE STORY OF MY WIFE)

Um drama de época dirigido pela premiada cineasta húngara Ildikó Inyedi (Corpo e alma), adaptado do livro do húngaro Milán Füst (uma das obras mais importantes da literatura húngara do século 20) e que conta as desventuras da vida pessoal e profissional (pouco) do comandante holandês de navios Jacob Störr. No elenco, a bela e talentosa atriz Léa Seydoux (007 Sem tempo para morrer, France, Azul é a cor mais quente), além de Gijs Naber (Judas) e com Louis Garrel (Um homem fiel, Os sonhadores) e outros. O filme fala de amor, intrigas sociais, ciúme, suspeitas (infiel ou não-infiel?) e infelizmente não consegue transmitir tudo o que desejava ou o que poderia, não sendo um trabalho totalmente harmônico, embora bem acabado em termos cinematográficos: falta coesão e conexão (incluindo em algumas ocasiões o par central), um bom desenvolvimento, algumas interações, sendo excessivamente arrastado em alguns pontos, pesado em pontos que mereciam brandura, ficando ou parecendo longo demais, enfim, distante das intenções e bem longe do que poderia ser, pelo seu potencial artístico e da história (e do que pretendia trazer e questionar, incluindo a interação homem-mulher, a melancolia da vida, a perplexidade do personagem diante das mutações sociais…). Quem ler o livro ou sinopses bem elaboradas dele, sentirá a distância que o filme ficou do texto de Füst. Mesmo assim, sendo abstraída a obra literária, é um filme respeitável e tem momentos muito bons e interessantes, fruto da direção (inclusive de arte), da trilha sonora e  da atuação do elenco e  sendo um filme na realidade destinado a um tipo específico de público, acostumado a histórias mais densas, lentas e mesmo às vezes algo prolixas. 7,9