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O PÁRAMO (EL PARAMO)

A palavra “páramo” tem alguns significados, como “campo deserto, raso e inculto, exposto a todos os ventos”, “planalto ou planície solitária”. E é o caso. Este filme espanhol de fortíssimo – e praticamente permanente – suspense se passa inteiramente em um páramo, século 19 (época de guerras), tendo apenas três personagens, além da cabana onde moram e de uma latrina externa. Os personagens são mãe, pai e filho, respectivamente interpretados por Inma Cuesta (ótima também como cantora, por sinal), Roberto Álamo e Asier Flores. O diretor, David Casademunt, tem aqui sua – muito feliz – estreia no cinema. E justamente porque se trata de Cinema é que esta obra alcança um nível elevado, destacando-se da média dentro do gênero. Porque se apenas lido o roteiro, não se percebe qualquer novidade, não se revelam fatos originais, efetivamente inventivos. Contudo, transformadas as palavras em imagens, a tensão, o suspense, o horror, a dubiedade, a alegoria ou não (principalmente da figura que aparece como quarto personagem) tornam-se um veículo poderoso para a exploração dos medos universais, transmitidos pela bem cuidada construção de um clima sobrenaturale de um visual estético que impressiona. Também se destaca a qualidade do som e a trilha sonora, grandes responsáveis por vários momentos viscerais de tensão e medo. Realmente se trata de cinema utilizando todos os seus recursos visuais e sonoros a favor de uma história tensa, misteriosa e que garante muitos momentos interessantes, principalmente se visto o filme com um equipamento adequado de som e imagem! Para os fãs desse tipo de filme, imperdível. Para os demais, ainda assim um ótimo divertimento e bom teste para os nervos. Produção Netflix. 8,4