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O DECLÍNIO

Netflix. O título original é “Jusqu’au déclin”, que significa “Até o declínio”. Um título estranho, mas um roteiro diferente e interessante (que aborda preocupações atuais da humanidade, envolvendo as crises globais) e que principalmente no início nos coloca diante de um mistério que só dali a instantes iremos decifrar. Mesmo assim, este thriller de 2020 tem um ritmo ágil e os fatos ocorrem de um modo intenso, prendendo nossa atenção até a última cena. Muita tensão, suspense, mas também ação. Não é um roteiro complexo, nem muito sofisticado: é, ao contrário, simples, porém muito bem elaborado e realizado (ótima edição). As virtudes do filme são ser muito bem produzido, apresentar belas e interessantes locações típicas canadenses (florestas de coníferas com neve), ter um enredo com fatos da realidade, mas momentos absolutamente inesperados/surpreendentes, ótimas interpretações e um realismo acirrado e que faz questão de ser assim. Exatamente em razão disso, de sua violência, forte e nua/crua, é que cabe alertar que se trata de filme desaconselhável para determinado tipo de público. A produção é canadense de Quebec, terra do ótimo diretor e também roteirista Patrice Laliberté, sendo também muito bom e harmônico todo o elenco. Duas frases: para viver tem que primeiro sobreviver e a irônica da última cena (câmera se distanciando e o texto falando dos homens civilizados que buscam objetivos comuns), que fecha muito bem todo o contexto, retratando com fidelidade o caos social vigente. 8,7