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O JARDIM SECRETO

A época em que esta história ocorre é a da chamada “Partição da Índia”, ocorrida em 1947, o que desde o início já ficamos sabendo. A soberania de Índia e do Paquistão (até então colônias do Reino Unido) renderam muito sangue e violência e esse fato ainda gera efeitos nos dias de hoje. Portanto, é dramática a razão da saída da menina Mary (representada pela atriz Dixie Evericx, de 14 anos, embora no filme tenha menos que isso) da Índia, para ir morar no castelo do tio, na Inglaterra. No remake anterior foram outros os acontecimentos, mas esse fato não é muito relevante. Pois o filme ganha vida realmente a partir da Inglaterra e das descobertas/aventuras da menina, sendo muito bom todo o elenco infanto-juvenil e que tem também adultos, entre eles o experiente ator Colin Firth. A história é baseada em livro e é na verdade um conto de fadas, com todas as características desse gênero, que compreendem o drama, a tragédia, mas também a amizade, a resiliência, o perdão, os valores morais sendo exaltados, a luta do bem contra o mal e assim por diante. E como todo conto de fadas, traz momentos comoventes. E não apenas pela história em si, mas por envolver crianças, natureza e animais, em imagens maravilhosas e repletas de magia, da imaginação e da memória. Seu defeito, entretanto, é a repetição de velhas fórmulas, colecionando um conjunto de clichês: o filme, assim, é absolutamente previsível e apresenta até uma bonita canção durante os créditos finais, estratégia muitas vezes adotada pelos estúdios. Contudo, para muitos esse fator não é um empecilho para que as emoções aflorem, pois, afinal, muitas das razões de se ver um filme são para se rever o que dá prazer de ver e se deixar levar pelo coração, pela beleza, pelos exemplos de coragem e superação. Fora isso, ainda há comentários de que a versão original e o remake anterior são superiores. Mas de parte de quem os viu, o que não é o meu caso. 8,0