Esta é uma comédia americana que tem pitadas de drama e que embora traga um tema interessante e atual, não teria nada demais a oferecer, se não fosse um detalhe: a energia contagiante e indiscutível da espevitada protagonista, interpretada pela atriz Zoey Deutch, que na vida real é também inquieta e meio “pimentinha”, como a personagem. É ela que dá energia, vida e sentido ao filme e o carrega nas costas. Sem tal presença, o filme seria provavelmente apático, embora traga na temática alguns fatos que valem a reflexão, pois mostra a realidade dessas empresas que vivem de cobranças, bem como alguns dilemas morais e legais envolvidos, o que significa ser bastante atual. No Brasil é fato comum as pessoas que devem receberemtelefonemas de cobrança, quando atrasam algum pagamento. Nos EUA não é diferente e é muito pior, ao que parece. O problema é que tudo virou uma indústria, uma febre e se antigamente um título vencia e depois de 30 dias é que ia se pensar em cobrá-lo, hoje em dia as empresas ditas especializadas já estão invadindo a privacidade do devedor no dia seguinte. E nos EUA são milhões de pessoas endividadas, o que provoca o enriquecimento dessas organizações cobradoras, principalmente quando adotam métodos extorsivos de cobranças e/ou acertam valores totalmente desproporcionais em relação à dívida cobrada e ao risco que o cliente corre na realidade. O filme trata disso e por isso vale a pena ser visto. E, como dito, mais ainda pela atuação da atriz de “Zumbilândia” e de“Antes que eu vá”, que torna tudo bem mais palatável e divertido. 8,0
