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INSTINTO MATERNO (DUELLES)

Há vários filmes com este título, mas pode-se afirmar que este é o melhor deles, embora haja também uma adaptação da mesma história feita pelo cinema americano e estrelado pelas grandes Anne Hathaway e Jessica Chastain. Atrizes de respeito. Mas esta adaptação, belga, de 2018, é difícil de superar ou mesmo de igualar, envolvendo inclusive um texto da obra literária de Barbara Abel muito difícil de transformar em filme: mas aqui todos os elementos são potencializados e se harmonizam para a realização de uma bela obra, notadamente a excelente direção de Olivier Masset-Depasse e as  interpretações maravilhosas das duas atrizes, Veerle Baetens (Alice) e Anne Coesens (Celine), que apresentam uma impressionante composição de personagens, em papéis ricos de emoções complexas. A trama é fascinante e envolta em um mistério que perdura durante todo o filme. Dor, culpa, raiva, sentimentos em conflito, evidências e sombras nos fatos que interagem mas que ficam envoltos em uma escuridão construída com rara competência. E, assim, o suspense chega a um ponto em que se torna quase insuportável. A história vai se delineando por caminhos, imprevisíveis e que por isso deixam o espectador em estado permanente de inquietação e expectativa, tendo separar o real da fantasia. Um trabalho de fôlego, cinema de qualidade e que Hitchcock certamente aprovaria. 9,0