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ERA UMA VEZ UM GÊNIO (THREE THOUSAND YEARS LONGING)

Um filme delicado, diferente, bem cuidado, em uma mescla de sensações e imagens. Mas esse original modo de contar uma história já conhecida nos livros das mil e uma noites, adaptando-a aos tempos contemporâneos, que às vezes se torna um pouco amarrada e enfadonha, acaba predominando com suas virtudes e deságua em imprevisíveis consequências, sem dúvida revelando também grande talento do diretor australiano George Miller (Mad Max), que nos faz mergulhar em um verdadeiro mundo sensorial. O que predomina é a singeleza, o tratamento com o tema e com a imagem, mérito da direção, mas também do par central, composto por Tilda Swinton (Orlando, a mulher imortal, Precisamos falar sobre o Kevin) e Idris Elba (A fera, Luther), emoldurados pela maravilhosa fotografia! No final, ao discorrer insistente mas muitas vezes veladamente sobre o amor, temos algo memorável, produto do épico e da alma, e que desperta belos e nobres sentimentos. Talvez seja daqueles filmes a serem vistos mais de uma vez, para a exata compreensão de sua total dimensão. E para que prolonguemos, uma vez mais, as emoções além do seu final. A trilha sonora, melancólica e tocante, faz com que o som da cordas se torne às vezes uma canção romântica, outras vezes algo simplesmente pungente em nossos corações e o seu final pode ser realmente dilacerante. 9,0