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DOUTOR SONO

Este filme tem a responsabilidade de honrar a propaganda que faz dele mesmo, de ser a continuação do clássico “O iluminado”. Isso acaba constituindo um grande peso que cai sobre ele e sobre a direção. Na verdade, em termos de pessoas, não há essa “continuação”, porque o filme de 1980 que virou clássico no gênero (terror psicológico) foi dirigido por Stanley Kubrick e magistralmente interpretado por Jack Nicholson, não havendo parâmetros de comparação, embora o ator Ewan McGregor seja ótimo e o diretor Mike Flanagan conduza bem as coisas. Na verdade, a vinculação entre os filmes reside no fato de que o menino do filme original agora está crescido e na parte final deste filme, que retorna ao ambiente do Hotel Overlook. Nessa parte final, justamente pelo motivo acima, o filme cresce assustadoramente (na acepção da palavra, aliás) e tem seus grandes momentos, certamente empolgando os fãs. Durante o desenvolvimento, porém, existem vários desacertos, momentos enfadonhos ou sem as devidas “pontas”, claras tentativas de homenagear a obra antiga, mas sem sua força narrativa ou seu brilho. Há, portanto, momentos ruins misturados com momentos bons, não sendo uma obra enxuta. Rebecca Ferguson, porém, tem uma performance que tenta extrair leite das pedras em cada aparição.  7,7