Filme alemão de 2018, baseado em fatos reais (nos créditos finais, fotos verdadeiras da época), com ótimo desenvolvimento e boas emoções. A ação se passa em 1979, em uma cidade da Alemanha Oriental, portanto dez anos antes da Queda do Muro de Berlim. Nos doze anos que antecederam os inesquecíveis dia 9 e 10 de novembro de 1989 -que acabaram acarretando, em outubro de 1990, a reunificação das Alemanhas-, mais de 38.000 pessoas tentaram fugir do domínio socialista da RDA (República Democrática Alemã) e atravessar a fronteira para a Alemanha Ocidental, tendo sido essa, inclusive, a razão principal para a construção do Muro, em 1961. Foram mortas em tais tentativas, nesse período, mais de 400 pessoas. Esta é a história de algumas delas, sendo que no caso a tentativa de fuga para a liberdade se deu por um meio inusitado e que dá título ao filme. Já houve outros filmes abordando histórias parecidas, mas não sobre esse episódio da história e ainda mais contado pelos próprios alemães, com ótima reconstituição de época e um roteiro envolvente e repleto de ação e suspense. A tensão é permanente, ótima trilha sonora, bem como todo o elenco e a direção e o filme fica bastante empolgante em sua parte final, quando se intensifica o jogo de “gato e rato” com a polícia política da Alemanha Oriental, a famigerada e temida Stasi. O título em português, obviamente comercial, tristemente repete o de filme já existente e pode confundir: o filme com o mesmo nome de “Ventos da liberdade” é o drama do britânico Ken Loach, no original “The Wind That Shakes the Barley”, que ganhou Cannes em 2006 e que aborda fatos envolvendo a Irlanda (IRA etc) e as atrocidades inglesas nos anos 20. 8,6
