Produzido por Dino De Laurentiis e dirigido por Federico Fellini, este filme de 1957 ganhou o Oscar de Melhor filme estrangeiro em 1958. E a atriz Giuletta Masina, com muita justiça e no próprio ano de produção do filme foi premiada como a Melhor atriz em Cannes. É o sétimo filme do diretor, mas fica evidente a sua talentosa presença, também ao editar o filme, bem como o cuidado com a fotografia e com os demais detalhes técnicos. Entretanto, não considero este um dos seus melhores filmes do diretor, apesar da emoção que nos desperta em algumas cenas a atuação de Masina. Vemos o lado social de uma Itália ainda em período difícil, os contrastes de sempre (notadamente na que seria “uma noite vital” para Cabíria), o espalhafatoso dos costumes italianos e há bons momentos líricos e dramáticos e uma perfeita harmonia entre o início e o final do filme, que definem de vez a personagem principal, uma mistura de pureza, doçura e sensibilidade, inclusive na percepção dos menos favorecidos, na bela cena do doador anônimo aos moradores de “rua” (no caso, de grutas). Mas a parte final é totalmente previsível e a música que se repete nos momentos mais ternos do filme ou é uma homenagem escancarada a Chaplin ou uma cópia descarada de tema já utilizado pelo gênio britânico. Seja como for, um filme de Fellini é sempre melhor do que a média do gênero e vale a pena ser visto sempre, no mínimo pela competência, pelo perfeccionismo e pela originalidade do diretor. 8,0
