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SRª HARRIS VAI A PARIS (MRS HARRIS GOES TO PARIS)

Este filme de 2022 (co-produção Reino Unido, França, Canadá, Bélgica e Hungria) não recebeu e não receberá certamente nenhuma crítica ruim. Mas existem alguns comentários que o colocam em um patamar apenas mediano, sendo até descrito como “agradável, mas não encantador”. Discordo totalmente. Achei o filme tanto prazeroso, quanto encantador e em muitos momentos, cativado, fiquei até me perguntando: onde foi que eles arranjaram essa atriz?! Tão maravilhosamente natural em sua interpretação, tão envolvente, cativante, verdadeira!? É ela, aliás, que transforma um filme que poderia realmente ser mediano em algo maravilhoso e que só traz coisas boas ao espírito e ao coração. Não é à toa que essa atriz, Lesley Manville, tem em seu currículo uma indicação ao Oscar pelo difícil papel que desempenhou no drama Trama fantasma (Phantom tread,) de 2017, com Daniel Day-Lewis. Ela é especial realmente e ilumina o filme, criando uma personagem que de imediato aprisiona o espectador, assim como faz com todos à sua volta, desfilando com sua natural educação e elegância tanto nos ambientes da vizinhança, quanto nos da alta sociedade e costura parisiense, invariavelmente despertando sentimentos positivos nas pessoas, de empatia e confiança. A vida rotineira da personagem (uma “viúva da Segunda Guerra” em busca do sentido da vida, como definiu alguém) repentinamente descortina novas e fascinantes possibilidades e vamos com ela visitar um mundo diferente, que envolve inclusive a moda e a grife francesa Dior, escancarada no filme em todo o seu requinte e glamour (além de vestidos espetaculares e da intimidade das confecções). Embora o filme também não deixe de dar uns “pitacos” a respeito do distanciamento de classes. O diretor é Anthony Fabian e também temos a presença da diva francesa Isabelle Huppert. Uma história a que assistimos com prazer, diversão e emoção, em um clima de permanente conto de fadas ou de fábula ou de sonhos. 9,0